Ronan e os segredos escondidos através das pedras
- Magvania P. Nunes
- 11 de jun.
- 4 min de leitura
Atualizado: 9 de ago.

O Relógio de sol
O vento gélido chicoteava as ruas de Salus, cidade construída sobre penhascos íngremes que abraçavam o Mar de Estilhaços. Lá vivia Ronan, um jovem com olhos cor de âmbar e uma cicatriz em forma de crescente na bochecha esquerda – lembrança de um encontro com uma criatura das sombras que ninguém mais conseguia ver. Ronan possuía um dom peculiar: ele conseguia ouvir os sussurros das pedras, as histórias contadas pelas antigas muralhas de Salus.
Uma noite, enquanto explorava as ruínas do antigo Observatório Celeste, Ronan ouviu um sussurro diferente, mais urgente, vindo de um fragmento de um antigo “Solarium” – um relógio de sol de pedra, partido em dois.
“A Lua Negra se aproxima,” sussurrou a pedra, a voz ecoando em sua mente. “O Coração de Lys precisa ser protegido.”
Ronan, confuso, examinou o fragmento do relógio de sol. Um símbolo intricado, parecido com uma serpente entrelaçada a uma estrela, estava gravado na pedra. O sussurro da pedra, antes fraco, agora ecoava mais forte em sua mente.
“O Coração de Lys… está na Cidade Submersa,” sussurrou a pedra. “Mas as águas escondem segredos perigosos. Para encontrá-lo, você precisará da Lâmina da Nali e do Mapa das Estrelas Perdidas.
“O Coração de lys? O que é isso?”, murmurou para si mesmo.
Ronan franziu a testa. “A Lâmina de Nali? O Mapa das Estrelas Perdidas? Onde eu encontro essas coisas?”
A pedra respondeu, a voz ressoando como o mar agitado: “A Lâmina repousa no altar da Deusa Lua, no topo do Monte Sagrado. O Mapa… está escondido nas ruínas do Templo do Sol, guardado por um enigma antigo. Resolva-o, e o caminho se revelará.”
Naquele momento, uma figura emergiu das sombras – Elara, uma jovem com cabelos negros como a noite e olhos como o mar tempestuoso. Ela carregava uma adaga de Cristal, sua lâmina cintilando fracamente.
Quem é você? Pergunta Ronan surpreso com a presença de Elara.
“Eu sou Elara, desculpa pela forma com que eu apareci, para você Ronan”. Diz ela olhando para o relógio de sol.
“Como você sabe meu nome?... De onde ti conheço?”. Questiona Ronan sem entender nada do que acabou de acontecer .
“No momento certo você vai saber por que conheço você, e não você nunca tinha mim visto antes, mas eu já havia ti visto, mas não é momento para isso, diga-me você ouviu ?”, perguntou Elara, sua voz baixa e rouca. “Os sussurros da pedra?”
Ronan não respondeu ficou olhando para ela sem reação com receio si poderia confiar, em conta a ela sobre o que as pedras havia falado a ele.
Ronan olhou para Elara, que observava a cena com uma expressão séria. A pedra continuou, sua voz agora mais urgente: “Confie em Elara. Ela é a chave para sua sobrevivência. Ela o guiará, mas lembre-se… a confiança, como a água, pode ser traiçoeira.”
Ronan, ainda hesitante, perguntou à pedra: “Como posso ter certeza de que posso confiar nela? Ela apareceu do nada.”
A pedra respondeu com uma voz suave, quase um sussurro: “O destino os uniu, Ronan. A Lua Negra se aproxima. Não há tempo para dúvidas. Sua jornada começa agora.”
“ está bem irei contar sobre o que eu ouvi”. Diz Ronan si aproximando de Elara para fala sobre o que descobriu.
“Sim, as pedras falou... respondeu Ronan com desconfiança mas ao mesmo tempo acreditando no que as pedras o disse. “Falou sobre a Lua Negra e o Coração de lys.”
“A Lua Negra é um eclipse que acontece a cada cem anos,” explicou Elara. “Durante esse eclipse, as barreiras entre o nosso mundo e o Reino das Sombras se enfraquecem. O Coração de lys é um artefato mágico que protege Salus dessa invasão.”
“E onde está esse Coração?”, Ronan perguntou, a adrenalina pulsando em suas veias.
“Ele está escondido em algum lugar dentro da Cidade Submersa,” Elara respondeu, apontando para o mar agitado. “Uma cidade antiga, engolida pelo mar há séculos.”
“Cidade Submersa? Isso é... impossível,” Ronan disse, incrédulo.
“Nada é impossível quando a Lua Negra se aproxima,” Elara retrucou.
“E a Cidade Submersa… então como eu chego lá?” Ronan perguntou, para as pedras, sentindo um misto de medo e excitação.
“A entrada está escondida atrás da Cascata da Sereia,” a pedra sussurrou. “Mas cuidado, Ronan. As águas guardam mais do que segredos. Elas guardam monstros.”
“Precisamos encontrá-lo antes dos Sombra-Caminhantes.” Elara diz olhando para o céu.
“Sombra-Caminhantes?”, Ronan perguntou, sentindo um arrepio percorrer sua espinha.
“Criaturas das sombras, servos da Lua Negra,” Elara explicou. “Eles querem o Coração de lys para abrir um portal e inundar nosso mundo.”
Ronan, apesar de suas dúvidas, sentiu uma força estranha o impulsionando para frente.
“Precisamos nos apressar.” Ronan toca no relógio de sol. Ele olhou para o símbolo da serpente e da estrela gravado na pedra, um símbolo que agora parecia carregar um significado profundo e misterioso. Ele assentiu para Elara. “Vamos.”
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