"Meu Apê, Minhas Regras (e Minhas Contas)" Lia está morando sozinha agora...
- Magvania P. Nunes
- há 3 horas
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Começou com um estrondo, Nuvem de poeira e lascas de madeira
No apertamento de Lia começou com um estrondo. Não, não era o despertador-grilo, nem a panela caindo. Era a cama. A cama resolveu, no auge de seus anos de serviço, ceder.
– Ah, não! – Lia gritou, no meio de uma nuvem de poeira e lascas de madeira. – Logo hoje, no meu dia de folga!
Clara, que por um milagre estava passando na rua, ouviu o estrondo e correu para ajudar.
– Lia! O que aconteceu? Parece que um meteoro caiu aqui! – Clara exclamou, entrando no apartamento.
– Pior! Foi a minha cama! Ela se rebelou contra a minha beleza e decidiu me derrubar! – Lia respondeu, gesticulando dramaticamente para os destroços.
Clara, vendo a cena, não conseguiu conter a gargalhada.
– Lia, só você mesmo! Mas calma, a gente dá um jeito! – Clara disse, tentando conter o riso.
As duas passaram a manhã tentando consertar a cama. Usaram barbante, fita adesiva, pedaços de madeira encontrados na rua – tudo o que tinham à mão. O resultado foi… instável.
– Acho que aguenta pelo menos uma noite! – Lia disse, com um sorriso hesitante.
– Se você não se mexer muito, talvez dure a semana inteira! – Clara respondeu, rindo.
Para comemorar o “sucesso” do conserto, Lia decidiu preparar um almoço especial: arroz com ovo frito. Um clássico da culinária da pobreza, mas sempre reconfortante.
– Hoje vamos de banquete! – Lia anunciou, enquanto colocava o arroz para cozinhar na panela quase destruída.
– E de sobremesa, o que temos? – Clara perguntou, curiosa.
– Surpresa! – Lia respondeu, com um sorriso misterioso.
A surpresa era um copo de gelatina, que Lia havia guardado para uma ocasião especial.
– Uau! Que luxo! – Clara exclamou, impressionada.
Depois do almoço, as duas decidiram sair para espairecer. Foram até um parque próximo e ficaram sentadas na grama, observando as pessoas.
– Lia, você já pensou em mudar daqui? – Clara perguntou, de repente.
– Já, mas para onde eu iria? Não tenho dinheiro para alugar outro lugar. – Lia respondeu, com um suspiro.
– Sei lá, talvez a gente pudesse procurar um lugar juntas! – Clara sugeriu.
Lia olhou para Clara, surpresa.
– Sério? Você faria isso? – Lia perguntou, emocionada.
– Claro! Juntas a gente consegue qualquer coisa! – Clara respondeu, sorrindo.
As duas se abraçaram, com a certeza de que, juntas, poderiam enfrentar qualquer desafio. De volta ao apartamento, Lia olhou para a cama consertada com um novo olhar. Talvez, com a ajuda de Clara, ela pudesse finalmente realizar o sonho de ter um lar de verdade. E, quem sabe, até comprar uma cama nova,
que não resolvesse se rebelar no meio da noite.
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