top of page

A Última Noite do Sr. Vicente

  • Foto do escritor: Magvania P. Nunes
    Magvania P. Nunes
  • 15 de out.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 30 de out.


Capítulo 18


ree

Depoimento de segurança Carlos



A biblioteca da mansão, normalmente um espaço silencioso e reservado, agora estava carregada de uma tensão palpável. O detetive Pedro, sentado à mesa de mogno, observava o segurança, Senhor Carlos, um homem corpulento e de olhar atento. A luz da tarde, fraca e difusa, criava sombras longas que dançavam pelas paredes.

— Senhor Carlos, agradeço sua presença. Seu depoimento é crucial para a investigação da morte do Sr. Vicente. Vamos começar pelo seu dia de trabalho, no dia do assassinato. Conte-me tudo, com detalhes.

Senhor Carlos, um homem de poucas palavras, respirou fundo antes de começar seu relato.

— Cheguei à mansão às seis horas da manhã, como sempre. Comecei minha ronda de segurança, inspecionando o perímetro externo. Tudo estava em ordem. As portas e janelas estavam trancadas, o sistema de alarme estava funcionando perfeitamente.

— Você observou algo incomum na mansão ao chegar? Alguma movimentação suspeita, algo fora do comum?

— Não, detetive. Tudo estava normal. A mansão estava silenciosa, como de costume. Apenas o silêncio da manhã.

— E durante o dia? Você se lembra de ter visto alguma pessoa suspeita ou alguma atividade incomum nos jardins ou em torno da mansão?

— Por volta das dez horas da manhã, vi o Sr. Ricardo entrar pela porta lateral. Ele parecia apressado, estava falando ao celular e parecia nervoso.

— Ele parecia preocupado? Você conseguiu perceber o tom da conversa dele?

— Sim, detetive. Ele estava visivelmente inquieto, gesticulando muito enquanto falava ao telefone. O tom da voz dele era baixo, mas dava para perceber a tensão. Parecia uma discussão.

— E depois que ele entrou? Você o viu novamente?

— Não, detetive. Ele permaneceu dentro da mansão por cerca de uma hora e depois saiu pela mesma porta.

— Você fez alguma anotação sobre isso?

— Sim, detetive. Anoto todas as entradas e saídas não autorizadas em meu livro de registro. Tenho aqui, se o senhor quiser verificar.

— Ótimo, obrigado. E durante o resto do dia? Você observou algo mais?

— Às três da tarde, um carro não identificado ficou estacionado por alguns minutos próximo ao portão dos fundos. Não consegui identificar a placa, estava muito suja. Mas não pareceu nada de mais.

— E mais tarde, quando o Sr. Vicente foi encontrado morto, onde você estava?

— Eu estava na minha guarita, detetive. Fazendo minha ronda noturna. Foi quando ouvi os gritos e as sirenes da polícia.

— Você ouviu ou viu algo incomum antes de ouvir os gritos? Algum barulho, alguma movimentação?

— Não, detetive. Só ouvi os gritos e as sirenes. Fiquei muito surpreso.

— Senhor Carlos, você conhecia bem o Sr. Vicente? Ele tinha inimigos?

— Conhecia-o bem, detetive. Era um bom homem, um bom patrão. Nunca o vi ter inimigos. Pelo menos, não diretamente.

— E o Sr. Ricardo? Você o conhece bem?

— Sim, detetive. Ele vinha aqui frequentemente.

— Ele parecia ter algum tipo de problema com o Sr. Vicente?

— Não, detetive. Pelo menos, eu nunca vi nada. Mas ele parecia muito nervoso nos últimos dias.

— Entendo. Agradeço sua colaboração, Senhor Carlos. Seu depoimento é muito valioso. Se lembrar de mais algum detalhe, por menor que seja, por favor, nos informe imediatamente.

Senhor Carlos assentiu, a expressão séria. A investigação continuava, e cada detalhe, por menor que fosse, poderia ser a chave para desvendar a verdade por trás da morte de Sr. Vicente.

Comentários


bottom of page