Ronan e os segredos escondidos através das pedras
- Magvania P. Nunes
- 1 de set.
- 3 min de leitura

Abismo Adormecido: O Legado dos Guardiões
Os Guardiões do Abismo.
Não eram como Ronan e Elara haviam imaginado. Não havia uma forma única, mas sim uma multiplicidade de horrores. Uma massa gelatinosa e translúcida, com órgãos internos pulsantes, se contorcia na água, seus tentáculos escuros e viscosos se movendo com uma velocidade assustadora. Outro Guardião, serpentiforme, deslizava pelas paredes, suas mandíbulas cheias de dentes afiados e curvos, brilhando com uma luminescência fraca e ameaçadora. Um terceiro, grotescamente humanoide, com membros desproporcionais e olhos vermelhos incandescentes, fixava-se em Elara com uma intensidade aterradora.
"São... eles são como a lenda descreveu!" sussurrou Elara, sua voz tensa.
"Atacam!" gritou Ronan, no instante em que os Guardiões do Abismo surgiram, a luz fantasmagórica das algas iluminou algo que Ronan não havia percebido antes: um grande pedaço de coral negro, petrificado e denso, com uma forma que lembrava vagamente uma espada longa. Sua superfície era áspera, mas incrivelmente resistente, e possuía uma ponta naturalmente afiada.
Ronan arregalou os olhos. "Elara, olha!" ele exclamou, apontando para o coral. "Pode servir!"
Elara, lutando contra um Guardião que a agarrava com tentáculos de pedra, desviou o olhar por um instante. “O quê? Ronan, não temos tempo!” ela gritou, desviando de outro golpe.
Ronan, com um esforço considerável, arrancou o coral da parede rochosa. A força do coral negro surpreendeu-o; era muito mais pesado do que parecia à primeira vista. A textura áspera e irregular da superfície era quase abrasiva ao toque, mas sua densidade era notável. Era pesado, sim, mas a forma se ajustava bem à sua mão, e a ponta afiada prometia ser uma arma eficaz contra os Guardiões de pedra.O coral negro, endurecido pelas eras nas profundezas do oceano, tornou-se a sua nova e inesperada arma.
“Isso vai servir melhor do que aquela madeira podre!” ele disse, examinando a nova arma. A ponta afiada brilhava fracamente na luz fantasmagórica.
Elara, tendo se libertado do Guardião, observou-o com admiração. “Ronan, isso... isso é incrível! Onde você achou isso?”
“Ali, na parede,” respondeu ele, já se preparando para o próximo ataque. “Parece ser coral negro, petrificado. Muito mais resistente do que qualquer coisa que eu tinha antes.” Ele balançou a improvisada espada de coral, sentindo o peso e o equilíbrio. “É pesado, mas... funciona!”
“Vamos usar isso para acabar com esses monstros!” Elara disse, seu rosto determinado. Ela empunhava sua adaga de cristal, pronta para lutar ao lado de Ronan.
Os Guardiões investiram, seus ataques imprevisíveis e assustadores. Ronan desviava dos tentáculos viscosos, enquanto Elara lutava contra o Guardião humanoide, sua adaga de cristal brilhando fracamente na escuridão. O frio intenso emanado pelas criaturas gelava a água ao redor deles, dificultando seus movimentos.
"As pedras... as pedras precisam nos guiar!" gritou Ronan, desviando de um ataque que quase o atingiu.
As pedras sussurraram novamente, guiando-os para as fraquezas dos monstros. Ronan percebeu que a luminescência fraca dos Guardiões era, na verdade, um ponto fraco. Concentrando-se, ele lançou um golpe preciso na luminescência de um dos tentáculos gelatinosos. A luz se apagou, e o tentáculo se desfez em uma névoa escura.
Elara, compreendendo a estratégia, atacou os pontos luminosos dos outros Guardiões. Com golpes precisos e coordenados, eles conseguiram derrotar as criaturas abissais, cada vitória acompanhada por um brilho fraco e o desaparecimento da luminescência malévola. Exaustos, mas vivos, Ronan e Elara seguiram adiante, o eco dos sussurros das pedras e o frio dos Guardiões do Abismo ainda presentes em suas memórias. A jornada para o coração da cidade subaquática continuava, agora com a certeza de que os perigos ainda estavam por vir.

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