Ronan e os segredos escondidos através das pedras
- Magvania P. Nunes
- 28 de jul.
- 3 min de leitura
Atualizado: 29 de out.
Capítulo 7

A inscrição :Memórias Submersas
A inscrição, parcialmente obscurecida por uma espessa camada de algas verdes e escuras, parecia esculpida na própria rocha da parede. A pedra era um tom de cinza-azulado, quase preto em alguns pontos, e a inscrição, feita em um estilo que lembrava hieróglifos, era de um tom mais claro, quase branco-acinzentado, contrastando levemente com o fundo. A cor desbotada sugeria grande antiguidade. Os símbolos eram complexos, uma mistura de linhas curvas e retas, algumas formando figuras geométricas, outras parecendo representações estilizadas de criaturas marinhas. Algumas partes da inscrição estavam desgastadas, tornando a leitura ainda mais difícil. A umidade constante e a ação das correntes marinhas haviam corroído algumas seções, deixando lacunas enigmáticas. Apesar do desgaste, uma parte da inscrição era mais nítida que o resto, parecendo um aviso.
Ronan, com a ajuda de um pequeno feixe de luz gerado por um dos cogumelos bioluminescentes em seu recipiente de cristal, examinou cuidadosamente cada símbolo. A água, embora limpa, distorcia ligeiramente a imagem, exigindo foco e paciência. Elara, impaciente, observava, a adaga de cristal presa à sua cintura cintilando fracamente na luz fantasmagórica.
Elara: (Com um tom ansioso) Ronan, consegue decifrar alguma coisa? Está demorando muito!
Ronan: (Concentrando-se) Calma, Elara. Essa inscrição é antiga... muito antiga. Os símbolos são complexos, e alguns estão danificados. Mas... acho que estou começando a entender.
Ronan passou o dedo levemente sobre a parte mais preservada da inscrição, traçando os símbolos com cuidado.
Ronan: (Murmurando para si mesmo) “Guardiões... abissais... escuridão... perigo...” Sim, parece ser uma advertência. Uma advertência muito séria.

Elara: (Aproximando-se) Sobre o quê? O que diz exatamente?
Ronan: (Olhando para Elara com seriedade) Diz que aqueles que ousam penetrar além deste ponto encontrarão os Guardiões do Abismo. Criaturas das profundezas, criaturas de escuridão... e um perigo incalculável. A inscrição fala de uma fúria incontrolável e de uma morte certa para os intrusos.
Elara: (Um arrepio percorreu sua espinha) Guardiões do Abismo... Isso não soa nada bom. Minha avó já havia falado sobre uma lenda Os Guardiões do Abismo são descritos na lenda como criaturas de formas variadas, nunca exatamente iguais, mas sempre compartilhando características perturbadoras. Sua aparência é adaptada à escuridão abissal, uma adaptação que os torna quase invisíveis na penumbra das profundezas. A pele, quando visível, é de um tom escuro, quase negro, às vezes com uma luminescência fraca e ameaçadora, como se fossem bioluminescentes de forma malévola. Algumas descrições falam de uma pele gelatinosa e translúcida, revelando órgãos internos pulsantes.
Suas formas são amorfas, mutáveis. Em alguns relatos, parecem grandes massas de tentáculos escuros e viscosos, que se movem com uma velocidade assustadora, agarrando e esmagando suas presas. Outras descrições falam de criaturas com corpos alongados e serpentiformes, com mandíbulas cheias de dentes afiados e curvos, capazes de rasgar a carne com facilidade. Alguns relatos falam de formas humanoides grotescas, com membros desproporcionais e olhos brilhantes de uma cor vermelha incandescente, fixos em suas presas com uma intensidade aterradora.
Independente da forma, todos os Guardiões compartilham a característica de uma aura de frio intenso que precede sua aparição. A água ao redor deles parece congelar, e um silêncio opressor precede seu ataque. Seus movimentos são fluidos e imprevisíveis, como se se deslocassem através da água sem esforço, capazes de aparecer e desaparecer em um instante, tornando-os ainda mais perigosos e difíceis de combater. A escuridão e a imprevisibilidade de suas formas são suas armas mais eficazes, alimentando o terror daqueles que ousam desafiá-los. A lenda diz que eles são atraídos pelo medo e pela luz, tornando a própria busca pela cidade subaquática um ato de extrema audácia.
Ronan: (Firme) Então vamos continuar com cautela. Precisamos estar preparadas para qualquer coisa. A nossa luz pode não ser suficiente contra os “Guardiões do Abismo”.
Ronan assentiu, seus olhos âmbar refletiam a luz fantasmagórica dos cogumelos, enquanto ele e Elara se preparavam para enfrentar o desconhecido, a advertência antiga gravada na parede servindo como um sombrio presságio.





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