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O mundo de Laura: Descobertas da adolescência e o primeiro amor

  • Foto do escritor: Magvania P. Nunes
    Magvania P. Nunes
  • 18 de ago.
  • 4 min de leitura
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 O Sabor Doce da Hesitação: Uma História de Amor em Construção -




"Laura? Tem alguém aí com você?", perguntou a voz de sua mãe, do outro lado da porta.



Rapidamente, Laura empurrou Pedro para dentro do seu guarda-roupa, seu coração batendo forte no peito. Ela abriu a porta para sua mãe, que a encontrou sozinha.



A mãe de Laura, com uma expressão de preocupação, insistiu: "Laura, querida, eu ouvi você falando. Com quem você estava conversando a essa hora?"



Laura, tentando disfarçar o nervosismo, respondeu rapidamente: "Ah, mãe, eu estava apenas revisando umas falas para a peça da escola. Sabe como é, preciso praticar em voz alta para decorar." Ela esperava que a desculpa fosse convincente o suficiente.



A mãe de Laura pareceu ponderar por um momento, mas finalmente cedeu. "Tudo bem, querida. Mas tente não fazer muito barulho, ok? Precisa descansar para amanhã." Com um beijo na testa de Laura, ela se retirou, fechando a porta atrás de si.



Assim que teve certeza de que sua mãe estava longe, Laura se virou para Pedro, aliviada, mas ainda tensa. "Desculpa por isso. Minha mãe é meio superprotetora."


Pedro sorriu gentilmente. "Relaxa, acontece. Mas acho que é melhor eu ir agora, antes que ela volte." Ele se aproximou de Laura, mas percebeu a hesitação em seus olhos. Em vez de insistir em um beijo, ele delicadamente tocou sua bochecha com os dedos. "Ei, está tudo bem. Eu entendo se você não está pronta para nada sério. Não vou te pressionar."



O coração de Laura acelerou quando Pedro começou a falar. Ele estava tão perto, a luz fraca do abajur desenhando sombras suaves em seu rosto. Cada palavra que ele dizia parecia vibrar no ar, preenchendo o pequeno espaço entre eles com uma intensidade inesperada.



Quando ele disse que entendia sua hesitação, um alívio profundo a invadiu. Era como se um peso tivesse sido tirado de seus ombros. Ela esperava que ele ficasse chateado, que a pressionasse a tomar uma decisão imediata. Mas, em vez disso, ele a olhava com uma compreensão genuína, como se pudesse ler seus pensamentos mais íntimos.



Laura o encarou, surpresa com a compreensão dele. "Pedro, eu... eu gosto muito de você, mas preciso de um tempo para pensar. É tudo muito novo para mim."



Pedro sorriu com ternura. "Eu sei, Laura. E eu vou ser paciente. O importante é que você se sinta confortável. Não precisa ter pressa para decidir." Ele se aproximou e deu um beijo suave em sua bochecha.



O toque dos lábios de Pedro em sua bochecha foi como uma faísca suave, um calor repentino que se espalhou por todo o seu rosto. Laura sentiu um arrepio percorrer sua espinha, uma sensação estranha e nova que a pegou de surpresa.



Seus olhos se arregalaram ligeiramente, e ela prendeu a respiração por um instante. Não era um beijo apaixonado ou intenso, mas sim um gesto doce e carinhoso, uma promessa silenciosa de cuidado e respeito.



Enquanto Pedro se afastava, Laura levou a mão instintivamente à bochecha, como se pudesse reter o calor do beijo por mais tempo. Seus lábios se curvaram em um sorriso tímido, mas seus olhos ainda refletiam uma certa confusão.



"Boa noite, Laura. Durma bem. E não se preocupe, eu estarei aqui quando você estiver pronta."



A doçura em sua voz a acalmava, dissipando a ansiedade que a corroía por dentro. Ele não estava exigindo nada, apenas oferecendo seu apoio e paciência. Era como se ele estivesse dizendo: "Eu estou aqui, não importa o que você decida."



Quando ele afirmou que seria paciente, um calor se espalhou pelo peito de Laura. Ela sentiu uma onda de gratidão por ter alguém como ele em sua vida. Alguém que a respeitava o suficiente para dar-lhe o tempo e o espaço de que precisava.



As palavras de Pedro a tocaram de uma forma que ela não esperava. Elas a fizeram se sentir vista e compreendida, não apenas como uma garota que ele queria beijar, mas como uma pessoa com seus próprios medos e inseguranças.



Enquanto ele falava, Laura percebeu que seus sentimentos por Pedro eram mais profundos do que ela imaginava. Não era apenas atração física ou admiração. Era algo mais, algo que a fazia se sentir segura e protegida.



No entanto, o medo ainda persistia. Medo de se machucar, medo de não ser boa o suficiente, medo de perder a liberdade que tanto valorizava. Mas, naquele momento, ouvindo a voz suave e reconfortante de Pedro, Laura soube que não estava sozinha. E isso, por si só, já era um grande passo.


Com um último olhar carinhoso, Pedro pulou a janela e desapareceu na escuridão da noite. Laura suspirou, sentindo-se aliviada e grata pela compreensão de Pedro.



Do outro lado da rua, na janela do seu quarto, Gui observava tudo. Ele tinha visto Pedro entrar pela janela de Laura, e a cena o deixou furioso de ciúmes. Ele sentia uma forte atração por Laura, e a ideia de Pedro estar com ela, naquela hora da noite, em seu quarto, o consumia de raiva e frustração. Ele apertou os punhos, sentindo um misto de tristeza e raiva. A cena que ele havia presenciado o deixava com o coração partido e a alma ferida, e ele sabia que precisava falar com Laura o mais rápido possível.



Enquanto isso, do outro lado da rua, Gui observava Pedro sair do quarto de Laura. A raiva e o ciúme o consumiam, e ele sentiu um impulso incontrolável de confrontar Laura e exigir explicações. Ele desceu as escadas correndo, pronto para sair de casa, mas no último momento, parou. Percebeu que não tinha o direito de invadir a privacidade de Laura e forçá-la a falar sobre seus sentimentos. Com o coração pesado, ele desistiu de confrontá-la e voltou para o seu quarto, sentindo-se derrotado e magoado.

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