O mundo de Laura: Descobertas da adolescência e o primeiro amor
- Magvania P. Nunes
- 7 de out.
- 3 min de leitura
Atualizado: 29 de out.
Capítulo 17

A Fragilidade de um Momento
O sol da manhã brilhava forte, dissipando as últimas nuvens da tempestade da noite anterior. Laura caminhava em direção à escola, sentindo o corpo cansado, mas o coração levemente mais tranquilo. A noite cuidando de Gui a aproximou ainda mais dele, e a promessa de ajudá-lo a cuidar da casa a enchia de esperança.
Ao se aproximar da entrada da escola, avistou Pedro, encostado em uma das pilastras, com um sorriso no rosto. Laura sentiu o coração acelerar, e um rubor quente subir às suas bochechas.
"Respire fundo, Laura", pensou. "Você consegue lidar com isso".
Enquanto caminhava em direção à entrada, seus olhos se encontraram com os de Pedro. Ele sorriu ainda mais, e Laura sentiu as pernas tremerem levemente.
Distraída pela presença de Pedro, não percebeu o pequeno buraco na calçada. Tropeçou, perdeu o equilíbrio e caiu para frente, gritando de susto.
Por sorte, Pedro agiu rápido. Largou a mochila e correu em sua direção, a tempo de agarrá-la antes que caísse no chão.
Laura se viu nos braços de Pedro, o rosto próximo ao dele. Seus olhos se encontraram, e o tempo pareceu parar. O mundo ao redor desapareceu, e só existiam eles dois, ali, naquele momento.
O cheiro do perfume de Pedro invadiu suas narinas, e Laura sentiu um arrepio percorrer seu corpo. Seus olhos castanhos brilhavam intensamente, e Laura se perdeu em seu olhar.
De repente, o sino da escola tocou, quebrando o encanto. Laura e Pedro se afastaram rapidamente, constrangidos.
"Você está bem?", perguntou Pedro, com a voz um pouco rouca.
"Sim, estou bem", respondeu Laura, desviando o olhar. "Obrigada por me segurar".
"Não foi nada", respondeu Pedro, sorrindo. "Você precisa prestar mais atenção por onde anda".
Laura sorriu de volta, sentindo o rosto corar. "Eu sei, eu sei. Estava distraída", respondeu, sem querer admitir que a distração tinha nome e sobrenome.
Antes que pudessem dizer mais alguma coisa, Ana surgiu do nada, agarrando o braço de Pedro.
"Pedro, querido, estava te procurando", disse Ana, com um sorriso forçado para Laura. "Vamos, temos que ir para a aula".
E, sem dar tempo para Pedro responder, Ana puxou-o para si e tentou beijá-lo.
Laura sentiu o estômago revirar. A cena era surreal, como se estivesse assistindo a um filme de terror. Não conseguia acreditar no que estava vendo.
Pedro desviou o rosto, evitando o beijo de Ana. "Ana, espera!", disse, com a voz firme. "Não é o momento".
Ana franziu a testa, irritada. "Como assim, não é o momento? O que está acontecendo, Pedro?".
Pedro suspirou, olhando para Laura com um olhar de desculpa. "Ana, preciso conversar com você", disse, com a voz séria.
Laura não aguentava mais. A cena era humilhante e dolorosa demais. Virou-se e correu para dentro da escola, com as lágrimas nos olhos.
"Laura, espera!", ouviu Pedro gritar, mas não parou. Precisava fugir dali, precisava se afastar de toda aquela confusão.
Enquanto corria pelos corredores da escola, pensava em Gui, em Pedro, em Ana e em seus próprios sentimentos confusos. Nada fazia sentido, e ela se sentia perdida e sozinha.
Chegou à sala de aula com o rosto vermelho e os olhos inchados. Sentou-se em sua cadeira e apoiou a cabeça na mesa, tentando conter o choro.
Naquele momento, percebeu que precisava tomar uma decisão. Não podia continuar vivendo daquela forma, dividida entre dois amigos e atormentada por seus próprios sentimentos. Precisava descobrir o que realmente queria e seguir em frente, sem medo de magoar ninguém.
A aula começou, mas Laura não conseguiu prestar atenção em nada. Seus pensamentos estavam presos em Pedro e Ana, e na cena humilhante que acabara de presenciar.





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