O mundo de Laura: Descobertas da adolescência e o primeiro amor

Capítulo 14

O Brilho Divertido no Olhar Dele

O sinal tocou, anunciando o fim da aula. Laura guardou seus materiais apressadamente, ansiosa para sair da sala. A imagem de Pedro com a tal garota ainda pairava em sua mente, alimentando um ciúme que ela se recusava a admitir.

Ao sair da sala, a cena se repetiu: a garota, encostada no corredor, segurando o braço de Pedro enquanto conversavam. Laura sentiu o sangue ferver nas veias. A garota sorria, e Pedro parecia à vontade com a proximidade.

"Não posso continuar com isso", pensou Laura, decidida a ignorar a situação.

Mas, como se o universo conspirasse contra ela, Pedro a viu. Seus olhos se encontraram por um instante, e Laura percebeu um brilho divertido no olhar dele. Ele sabia. Sabia que ela estava com ciúmes.

Pedro se desculpou com a garota e caminhou em direção a Laura. "Tudo bem?", perguntou, a voz suave.

Laura desviou o olhar, tentando disfarçar o rubor em suas bochechas. "Tudo ótimo", respondeu, com um tom de voz que denunciava o contrário. "Por que não estaria?".

Pedro sorriu, aproximando-se mais. "Você parece um pouco... incomodada. Diria até que está com ciúmes", provocou, com um sorriso travesso.

"Ciúmes? Eu? De você com aquela garota? Não seja ridículo", retrucou Laura, cruzando os braços. "Eu só estava... sei lá... curiosa para saber quem é a nova amiguinha".

"Amiguinha?", repetiu Pedro, rindo. "O nome dela é Ana, e ela está me ajudando com um trabalho de matemática. Mas, confesso, fiquei feliz em ver que você se importa", sussurrou, aproximando-se ainda mais.

O coração de Laura disparou. A proximidade de Pedro a deixava nervosa e confusa. Antes que pudesse responder, Ana se aproximou, segurando o braço de Pedro com mais força.

"Pedro, vamos? O professor está esperando", disse Ana, com um sorriso forçado para Laura.

Num impulso, Laura agarrou a mão de Pedro. O toque de sua pele causou um choque elétrico em seu corpo. Pedro olhou para ela, surpreso, com um misto de curiosidade e expectativa no olhar.

Ana apertou o braço de Pedro, insistindo. "Pedro, por favor, vamos logo".

Pedro, percebendo a tensão no ar, sorriu para Ana. "Desculpa, Ana, mas preciso conversar com a Laura. A gente se vê depois", disse, com um tom de voz firme, mas gentil.

Laura soltou a mão de Pedro como se tivesse levado um choque. "Desculpa", murmurou, sentindo o rosto corar. "Não queria atrapalhar vocês. Divirtam-se".

Ana lançou um olhar furioso para Laura, depois sorriu para Pedro. "Tudo bem. A gente se vê", disse, antes de se virar e sair, batendo os saltos no chão.

Um silêncio constrangedor se instalou entre Laura e Pedro. Laura não sabia o que dizer. Tinha agido por impulso, movida pelo ciúme, e agora se sentia tola e envergonhada.

"Laura...", começou Pedro, a voz suave.

"Não diga nada, Pedro", interrompeu Laura, levantando as mãos. "Eu só queria pedir desculpas. Não sei o que me deu. Não queria atrapalhar você e a Ana. Ela parece ser legal".

Pedro se aproximou e segurou o rosto de Laura entre as mãos. "Laura, você não me atrapalha. Nunca. E, para ser sincero, adorei o seu ataque de ciúmes", sussurrou, com um sorriso travesso.

O coração de Laura saltou no peito. O toque de Pedro, o seu olhar, a sua voz... tudo nela gritava para que se entregasse àquele momento. Mas a confusão ainda a assombrava. Precisava de tempo. Precisava entender o que realmente queria.

"Pedro, eu...", começou Laura, hesitante.

"Não precisa dizer nada, Laura", interrompeu Pedro, colocando um dedo em seus lábios. "Eu sei que você precisa de tempo. E eu vou esperar. Mas, por favor, não se esqueça de que eu estou aqui. Para o que você precisar".

Laura sorriu, sentindo as lágrimas ameaçarem cair. "Obrigada, Pedro", sussurrou, sentindo-se grata por ter um amigo como ele.

Naquele momento, percebeu que a jornada para descobrir seus sentimentos seria longa e tortuosa. Mas, com a amizade e o apoio de Pedro e, quem sabe, a volta de Gui, talvez conseguisse encontrar o caminho para a felicidade.