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O mundo de Laura: Descobertas da adolescência e o primeiro amor

  • Foto do escritor: Magvania P. Nunes
    Magvania P. Nunes
  • 9 de set.
  • 3 min de leitura

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 Tormenta de Ciúmes: Uma Alma em Desespero





O ar da manhã estava fresco, carregado com o cheiro de terra molhada da chuva da noite anterior. Laura caminhava pelos corredores da escola, mas seus pensamentos ainda estavam presos na noite anterior, na confissão de Gui e na declaração de Pedro. A confusão era um nó em seu estômago, e a incerteza, um peso em seus ombros.

De repente, avistou Pedro no pátio, conversando animadamente com uma garota que Laura nunca tinha visto antes. A garota sorria, jogando os cabelos para trás, e Pedro parecia genuinamente interessado no que ela dizia. Uma pontada de ciúme, quente e inesperada, invadiu o peito de Laura. Ela apertou os punhos, sentindo as unhas cravarem em suas palmas.

"Por que estou sentindo isso?", pensou, confusa. "Eu nem sei o que quero, e já estou com ciúmes?".

Enquanto isso, a ausência de Gui era notável. Onde estaria? Sentia falta do seu sorriso acolhedor e das suas palavras reconfortantes. A escola parecia mais vazia sem ele.

Laura passou por Pedro e a garota, tentando manter a compostura. Seu coração acelerou, e a garganta ficou seca. Ela podia sentir o olhar de Pedro sobre ela, mas se recusou a encará-lo.

"Laura!", ouviu a voz de Pedro chamá-la.

Ignorou-o, apertando o passo. Não queria conversar, não queria explicar, não queria sentir. Só queria fugir.

Pedro, percebendo a frieza de Laura, correu atrás dela. "Laura, espera!", gritou, mas ela continuou andando, como se não o ouvisse.

Finalmente, Pedro a alcançou e segurou seu braço. Laura parou, mas manteve o olhar fixo no chão, evitando o contato visual.

"Por favor, Laura, olha para mim", pediu Pedro, a voz carregada de preocupação.

Hesitante, Laura levantou o rosto. Seus olhos encontraram os de Pedro, e ele viu. Viu a tristeza, a confusão e, para seu espanto, as lágrimas que escorriam silenciosamente pelo rosto dela.

"Laura, por que você está chorando?", perguntou, a voz suave e gentil. Seus dedos tocaram delicadamente o rosto dela, enxugando as lágrimas.

Laura não conseguiu responder. As palavras estavam presas em sua garganta, sufocadas pela enxurrada de emoções. Apenas balançou a cabeça, tentando conter o choro.

"Aconteceu alguma coisa? É por causa de ontem à noite?", insistiu Pedro, o olhar fixo no dela.

Laura respirou fundo, tentando se acalmar. "Eu... eu não sei o que está acontecendo comigo, Pedro", murmurou, a voz embargada. "Estou confusa, assustada...".

Pedro a abraçou forte, envolvendo-a em seus braços. "Calma, Laura. Eu estou aqui para você. Pode me contar o que está acontecendo", disse, a voz suave em seu ouvido.

Laura se aconchegou em seus braços, sentindo o calor do seu corpo. Precisava daquele abraço, daquele conforto. Mas, ao mesmo tempo, sentia-se culpada. Culpada por estar ali, nos braços de Pedro, enquanto seus pensamentos estavam em Gui.

"É complicado, Pedro. Muito complicado", disse, afastando-se um pouco. "Eu preciso de um tempo para pensar. Para entender o que eu quero".

Pedro assentiu, compreensivo. "Eu entendo, Laura. Eu vou te dar o tempo que você precisar. Mas, por favor, não se afaste de mim. Eu me importo muito com você", disse, segurando suas mãos.

Laura sorriu fracamente. "Eu também me importo com você, Pedro. Muito", respondeu, sincera.

Naquele momento, percebeu que a situação era mais complexa do que imaginava. Tinha dois amigos que a amavam, e ela, no meio de toda aquela confusão, precisava descobrir o que realmente sentia. E, acima de tudo, precisava ser honesta consigo mesma e com eles.

 


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