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O mundo de Laura: Descobertas da adolescência e o primeiro amor

  • Foto do escritor: Magvania P. Nunes
    Magvania P. Nunes
  • 17 de jun.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 2 de ago.




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Laura e Gui




A tarde caía, pintando o céu com tons de laranja e rosa. Dentro de uma pequena casa aconchegante, Laura, de 16 anos, terminava seus deveres de casa. O caderno de matemática estava aberto sobre a mesa, mas seus pensamentos estavam longe das equações. Ela suspirou, o som quase perdido no ruído suave do ventilador de teto.

Sua mãe, dona de um temperamento forte e palavras ainda mais incisivas, entrava na cozinha, batendo a porta com mais força do que o necessário. Laura ouviu o estrondo e a voz alta, reclamando de algo. O pai, um homem calmo e paciente, respondeu com a sua voz suave, tentando acalmar a situação. Laura conhecia essa cena de cor. Era a trilha sonora da maioria de suas tardes.

Ela amava seu pai incondicionalmente. Ele era seu porto seguro, seu confidente silencioso. Mas com a mãe, a relação era tensa, marcada por desentendimentos constantes e uma comunicação que parecia sempre falhar.

Um toque na janela a tirou de seus devaneios. Era Gui, seu vizinho e melhor amigo, com um sorriso travesso nos lábios.

"Oi, nerd! Ainda presa aos livros?", ele perguntou, sua voz animada rompendo o silêncio da casa.

Laura sorriu, aliviada pela interrupção. "Oi, Gui. Só terminando essa matemática infernal."

"Precisa de ajuda? Sou um gênio em matemática, você sabe." Ele piscou, brincando.

"Ah, claro, o gênio que tira 7 em matemática. Me poupe." Laura riu, sentindo-se mais leve.

"Ei! Sete é uma nota respeitável! Mas falando sério, precisa de ajuda de verdade?"

Laura hesitou. "Na verdade, não é só a matemática. É... tudo."

Gui entrou, sentando-se ao seu lado. Ele percebeu a tensão em seus ombros. "O quê? Seus pais brigaram de novo?"

Laura assentiu, as lágrimas ameaçando transbordar. "Eles brigam tanto, Gui. Eu me sinto... no meio do fogo cruzado."

"Eu sei como é. Às vezes, meus pais também discutem. Mas você precisa lembrar que não é sua culpa. Você não pode controlar o que eles fazem, mas pode controlar como você reage."

"Fácil falar, né? É difícil não me sentir mal com tudo isso."

"Não é fácil, mas é possível. Já tentou conversar com eles separadamente? Explicar como você se sente?"

Laura balançou a cabeça. "Não sei se adiantaria. Minha mãe... ela não escuta."

"Talvez sim, talvez não. Mas tentar vale a pena. E sabe o que mais? Você tem seu pai. Ele te ama muito, e você pode sempre contar com ele."

Laura olhou para a porta da sala, onde seu pai estava serenamente lendo um jornal. A imagem o confortou.

"Você tem razão, Gui. Obrigada."

Gui sorriu, colocando um braço em volta dela. "Não precisa agradecer. Estou aqui para você, sempre."

Naquele momento, a presença de Gui, a lembrança do amor de seu pai e a simples conversa franca, deram a Laura uma nova perspectiva. A situação em casa ainda era difícil, mas ela não estava sozinha. E isso, ela sabia, fazia toda a diferença.


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