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"O Enigma de Lazuli e o Destino de Kael".

  • Foto do escritor: Magvania P. Nunes
    Magvania P. Nunes
  • 15 de jul.
  • 8 min de leitura

Atualizado: 9 de ago.




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O Cristal da Lua




Após decifrarem o código, o portal se abriu, revelando não apenas um caminho para o interior da torre, mas também uma visão parcial do Cristal da Lua, que brilhava com uma luz prateada, quase etérea. No entanto, diante deles, estava uma sala circular, vazia exceto por um pedestal no centro e uma inscrição antiga na parede.

 

Inscrição: “Para alcançar o Cristal da Lua, um sacrifício deve ser feito.  A lembrança mais preciosa, a mais querida, deve ser abandonada.  Somente assim, a pureza do coração prevalecerá.”

 

Um silêncio pesado pairou sobre a sala. Kael e Sanem se entreolharam, o peso da inscrição pairando sobre eles.  Kael sentiu um aperto no peito.  Ele sabia qual era o sacrifício necessário.

 

 "Um sacrifício... qual lembrança devemos abandonar?... Kael... o que a inscrição significa?"  Pergunta Sanem, cheia de apreensão.

 

Kael imediatamente baixa a cabeça sem querer acreditar (com a voz embargada ele responde) "Eu sei...  O sacrifício é a lembrança mais preciosa que tenho... o sorriso de minha mãe."  A lembrança era vívida em sua mente: o calor do seu abraço, a doçura de seu sorriso, a ternura em seus olhos.  A perda dela havia sido a maior dor de sua vida.

 

Sombra da Esperança (voz suave e reconfortante): "O sacrifício não é a destruição da lembrança, Kael, mas a libertação dela. É a aceitação de que o passado, por mais precioso que seja, não pode ditar o futuro. É a renúncia ao apego, para que o coração esteja livre para receber a luz do Cristal.  Não se trata de esquecer, mas de transformar a dor em força, a saudade em determinação, a lembrança continua mas de outra forma mais, leve e profundo."

 

“Por que o sorriso de sua mãe é a sua lembrança mais preciosa?  Eu não entendo..."  Sanem sua voz era suave, carregada de genuína curiosidade e uma pitada de hesitação.

 

Kael: (respirando fundo) "Porque aquele sorriso... ele representava tudo o que eu mais amava.  Era a representação do amor incondicional, da segurança, da alegria pura e simples.  Minha mãe... ela sempre tinha um sorriso para mim, não importava o quão difícil fosse a situação.  Seu sorriso era um farol em meio às tempestades da minha vida.  Ele me dava força, coragem, esperança.  Mesmo nos momentos mais sombrios, eu sabia que podia contar com o seu sorriso para me guiar."

 

Sanem: "Eu... eu entendo.  É como um símbolo de tudo o que você valoriza.  A pureza, a alegria, o amor...  Tudo isso está condensado naquele sorriso."

 

Kael: "Exatamente.  É por isso que é tão difícil deixá-lo ir.  Mas eu preciso.  Esse sacrifício não é sobre esquecer, mas sobre transformar essa lembrança em algo maior, algo que me permita salvar Lazuli .  É sobre transformar a dor em força, a saudade em determinação."  Ele olhou para Sanem, seus olhos cheios de uma profunda tristeza, mas também de uma determinação inabalável.  "Eu preciso deixar ir a dor para abraçar a esperança."

 

 

 Para Kael o sorriso da mãe   representa o sacrifício porque simboliza o apego mais profundo e a lembrança mais preciosa que ele possui.  A perda da mãe foi claramente uma experiência traumática e marcante em sua vida, deixando uma cicatriz emocional profunda.  Abandonar essa lembrança, não no sentido de esquecê-la, mas de se libertar do apego doloroso a ela, representa a superação de um trauma e a aceitação da perda.  Este ato de liberação é o que permite a Kael seguir em frente, sem o peso do passado o prendendo, e alcançar a pureza de seu coração que  é necessária para obter o Cristal da Lua.  É um sacrifício emocional, um ato de renúncia que demonstra a maturidade e a força interior de Kael, permitindo-lhe transcender a dor e abraçar a esperança.  A lembrança do sorriso, embora dolorosa, representava um obstáculo emocional que precisava ser superado para alcançar seu objetivo.

 

Sanem: "Mas... como podemos abandonar uma lembrança?  É parte de quem você é."  Ela tentou consolá-lo, mas a tristeza em seus olhos era evidente.

 

 

O silêncio na sala circular era pesado, interrompido apenas pela respiração ofegante de Kael e Sanem. A inscrição na parede, implacável, exigia o sacrifício da lembrança mais preciosa. Kael fechou os olhos, respirando fundo, e mergulhou em suas memórias. Ele se viu novamente em um dia ensolarado de sua infância, sentado ao lado de sua mãe em um campo de girassóis dourados. O aroma doce das flores enchia o ar, e o sol aquecia seu rosto. Sua mãe estava lendo para ele, sua voz suave e melodiosa, enquanto seus dedos acariciavam seus cabelos. Ele se lembrava da sensação de segurança e do amor incondicional que emanava dela.  Seu sorriso era radiante, um brilho que iluminava tudo ao seu redor. Era um sorriso que ele carregava consigo, mesmo após a sua partida.

 A lembrança era tão vívida, tão real, que ele quase podia sentir o calor do sol em seu rosto, o perfume das flores, a textura macia dos cabelos de sua mãe.

De repente, a imagem da sua mãe ficou mais nítida, como se ela estivesse ali, ao seu lado.

 

Mãe (voz suave e amorosa): "Kael, meu filho.  Não tenha medo.  A esperança te guiará."

 

Kael: (voz embargada) "Mãe?  É você?"  As lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto.

 

Mãe: "Eu estou aqui, meu amor.  Eu sei o que você precisa fazer.  Não se esqueça do amor que compartilhamos.  Ele sempre estará com você, em seu coração."

 

Kael: (soluçando) "Mas... é tão difícil.  Eu não quero te esquecer."

 

Mãe: "Você não precisa esquecer.  Apenas deixe ir o apego à dor.  Transforme a lembrança em força, em esperança.  Lembre-se do meu sorriso, não como uma perda, mas como um símbolo de amor e alegria que sempre estará em seu coração."

 

A imagem de sua mãe começou a se dissolver, tornando-se mais etérea, mais luminosa.

 

Mãe: "Vá em frente, meu filho.  Seja corajoso.  Eu estarei sempre com você, em seu coração, em sua memória, na esperança que te guia."

 

Por um instante, a dor da perda desapareceu, substituída por uma onda de doce nostalgia.  Mas então, a realidade o atingiu com toda a sua força.  A lembrança terminou, e ele se viu de volta àquela sala fria e vazia, o peso da inscrição na parede o esmagando.

 



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A lembrança terminou abruptamente, como se um véu tivesse sido rasgado, deixando-o exposto à dor crua da perda.  As lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto, quentes e abundantes.  Ele soluçava, o corpo tremia convulsivamente, enquanto a lembrança do sorriso de sua mãe o assombrava.

 

"Mãe...  Mãe..." Kael (soluçando) as palavras saíam entrecortadas, abafadas pelos soluços.  Ele se ajoelhou, a cabeça entre as mãos, o corpo tomado por convulsões de dor.

 

Sanem, observando tudo com uma mistura de preocupação e admiração, se aproximou cautelosamente, colocando uma mão em seu ombro.  Seus olhos estavam cheios de compaixão e tristeza.  Ela não sabia o que dizer, mas sua presença era um consolo.

 

"Kael...  Você não está sozinho."  Sanem sua voz era suave, um sussurro que tentava acalmar a tempestade em seu coração.

 

Ele continuou a chorar, a dor da perda o consumindo.  Era uma dor profunda, visceral, que o atingia em sua essência.  Mas mesmo em meio à sua agonia, ele sabia que precisava seguir em frente.  Ele tinha que fazer o sacrifício.  Ele tinha que salvar Lazuli.

 

  A dor da perda ainda estava presente, mas agora era temperada por um sentimento de aceitação e de determinação.  Após alguns minutos de sofrimento intenso, Kael respirou fundo, limpando as lágrimas com as costas da mão, os olhos ainda vermelhos e inchados, mas seu semblante era mais sereno.

 

"Você tem certeza, Kael?  Isso... isso é muito difícil." Sanem com a voz baixa.

 

"Sim... Eu preciso fazer isso... Para Lazuli... Para todos nós."  Kael com a voz rouca.

 

Sanem: "Você é mais forte do que imagina, Kael."

 

 Ele olhou para Sanem, seus olhos transmitindo uma força que ela nunca tinha visto antes.  Era a força da aceitação, a força da esperança, a força da renúncia.  Ele estava pronto. Kael se levantou, os olhos ainda úmidos, seus ombros mais retos, sua postura mais segura.  Ele havia se despedido de sua mãe, não com tristeza, mas com amor e gratidão.  Ele estava pronto para fazer o sacrifício, pronto para transformar a lembrança do sorriso de sua mãe em força e esperança.  Ele estava pronto para salvar Lazuli. Ele fechou os olhos, respirando fundo, concentrando-se na lembrança do sorriso de sua mãe, mas agora, não com dor, mas com gratidão e aceitação.  Ele visualizou o sorriso, não como uma imagem estática, mas como uma energia, uma luz que o envolvia.

 

Kael, com a ajuda de Sanem, se aproximou do pedestal no centro da sala.  A inscrição na parede, “Para alcançar o Cristal da Lua, um sacrifício deve ser feito. A lembrança mais preciosa, a mais querida, deve ser abandonada. Somente assim, a pureza do coração prevalecerá,”  parecia brilhar com uma luz sinistra.  Sanem segurou sua mão, seus dedos entrelaçados em um gesto de apoio silencioso.

 

Ele então começou a liberar a lembrança, não como um ato de esquecimento, mas como um ato de transformação.  Ele sentiu uma onda de calor percorrer seu corpo, uma sensação estranha de libertação e dor ao mesmo tempo.  Era como se uma parte dele estivesse se desprendendo, deixando para trás um peso que o carregava há anos.

 

A luz azul que emanava do Cristal da Lua intensificou-se, respondendo ao sacrifício de Kael.  O sorriso de sua mãe, em vez de desaparecer completamente, transformou-se em uma luz brilhante, azul-clara, que se fundiu com a aura da esperança que envolvia Kael.  Era como se a lembrança tivesse se tornado parte dele, não como uma memória dolorosa, mas como uma fonte de força e inspiração.

 

Quando o processo terminou, um silêncio profundo pairou na sala, quebrado apenas pela respiração ofegante de Kael e pelo sussurro do vento lá fora.  O Cristal da Lua brilhava intensamente, emanando uma energia poderosa e reconfortante.

 

" Você conseguiu." Sanem abraçando Kael.  Suas palavras eram cheias de admiração e orgulho.

 

"Sim.  Nós conseguimos."  Kael com um sorriso fraco, mas sincero ele sentia uma profunda sensação de paz e de realização.  Ele havia feito o sacrifício, e a recompensa estava diante deles: o Cristal da Lua, a esperança de salvar Lazuli.  A jornada ainda estava longe de terminar, mas eles haviam superado um dos maiores obstáculos.  A dor da perda ainda estava presente, mas agora era acompanhada por uma força interior inabalável, forjada na forja da esperança e do sacrifício.

 

 

Assim que a lembrança se dissipou, uma onda de calor percorreu a sala, e uma luz azul brilhante emanou do pedestal, revelando o Cristal da Lua em todo seu esplendor.  O sacrifício havia sido feito.  Kael não havia perdido a lembrança, mas a havia transformado, permitindo que a esperança o guiasse em direção à vitória.

 

"Você foi corajoso, Kael.  Eu estou orgulhosa de você." Sanem com entusiasmo e apoio.

 

 Sombra da Esperança: “Você provou ser digno e sua vitória será merecida, Kael.  Sua coragem e determinação são inspiradoras.  O caminho ainda é longo, mas a vitória está mais próxima.  Continue a seguir a trilha da esperança, e você encontrará o Cristal da lua.”

 

O Cristal da Lua brilhava intensamente, emanando uma energia poderosa.  A jornada estava longe de terminar, mas Kael e Sanem, unidos pela esperança e pela coragem, estavam mais próximos de salvar Lazuli.  O sacrifício havia sido feito, e a recompensa estava ao alcance de suas mãos.

 

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