"Meu Apê, Minhas Regras (e Minhas Contas)" Lia está morando sozinha agora...
- Magvania P. Nunes
- 10 de out.
- 2 min de leitura

A folga, lavando roupa
O quinto dia amanheceu com um sol radiante, mas Lia acordou com uma pontada de pânico. Era segunda-feira, dia de lavar roupa, e seu estoque de peças íntimas estava crítico. Sua única opção era a bacia velha, enferrujada, que servia como tanque improvisado.
– Bom dia, aventura! – ela exclamou, com um misto de entusiasmo e desespero.
Enquanto esfregava as roupas com sabão em pó, Lia cantarolava uma música brega dos anos 80, tentando animar o processo. De repente, ouviu uma batida na porta.
– Lia, abre! Sou eu, Clara! – a voz amiga ecoou pelo corredor.
Lia abriu a porta, ainda com espuma de sabão nos braços.
– Clara, minha salvadora! – ela exclamou, abraçando a amiga. – Você não imagina o drama que estou vivendo!
– Drama? Só porque está lavando roupa na bacia? – Clara perguntou, rindo. – Você é inacreditável, Lia!
– Não é só isso! – Lia respondeu, com ar dramático. – Hoje o meu estoque de meias está em estado de emergência.
Clara gargalhou. – Meias? Lia, você é uma comédia ambulante!
As duas passaram a manhã juntas, transformando a tarefa de lavar roupa em um show de comédia improvisado. Clara, enquanto dobrava as roupas, contava piadas sem graça, e Lia respondia com imitações hilárias de clientes do restaurante.
– Sabe por que o tomate ficou vermelho? – Clara perguntou, com uma expressão séria.
– Não sei, conta! – Lia respondeu, entre uma esfregada e outra.
– Porque viu a salada de frutas! – Clara respondeu, caindo na gargalhada.
Lia, apesar de já ter ouvido a piada, fingiu surpresa e riu junto.
No almoço, Lia decidiu inovar. Com os poucos ingredientes que tinha, preparou um "escondidinho" de sardinha com batata doce. O resultado foi… curioso. A batata doce estava um pouco crua, a sardinha um pouco seca, mas a criatividade de Lia compensou a falta de técnica culinária.
– Clara, experimenta! – Lia disse, orgulhosa.
Clara provou um pouco, fez uma careta, mas depois soltou uma gargalhada.
– Lia, isso é uma obra de arte! Uma obra de arte culinária abstrata! – ela exclamou.
À tarde, um imprevisto: o fogão de Lia decidiu entrar em greve. O fogo simplesmente não pegava.
– Não acredito! – Lia exclamou, desesperada. – Agora como vou fazer meu café da tarde?
Clara, com sua esperteza habitual, resolveu o problema. Usando uma lupa e um pouco de sol, ela conseguiu acender o fogão com um feixe de luz concentrado.
– Viu, Lia? Às vezes, a solução está onde menos esperamos! – Clara disse, sorrindo.
O dia terminou com Lia e Clara sentadas na cama, tomando um chá de camomila e planejando o futuro. Apesar das dificuldades, elas estavam juntas, e isso era tudo o que importava. Afinal, com uma amiga como Clara, até lavar roupa na bacia podia ser uma aventura divertida. E, quem sabe, um dia, Lia conseguiria comprar um fogão novo, e talvez até um tanque de lavar roupa, para evitar mais dramas.
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