top of page

"Meu Apê, Minhas Regras (e Minhas Contas)" Lia está morando sozinha agora...

  • Foto do escritor: Magvania P. Nunes
    Magvania P. Nunes
  • 2 de out.
  • 3 min de leitura

ree





Dormi chef e acordei com cheiro de queimado


Lia acordou no quarto dia com a sensação de que algo estranho estava acontecendo. Não era o barulho do despertador-grilo, nem a luz matinal tímida. Era um cheiro… um cheiro de queimado?

"Ai, Jesus!", ela gritou, pulando da cama. Correu para a cozinha e encontrou a cena: a única panela que usava para ferver água estava chamuscada, com restos de um líquido preto e fumegante.

– Meu Deus, o que foi que eu fiz? – Ela exclamou, abanando o ar com um pano de prato. – Acho que sonhei que era chef e tentei fazer um café gourmet!

Enquanto tentava raspar o fundo da panela com a faca de açougueiro (uma tarefa quase impossível), Clara, sua amiga e colega de trabalho, chegou. Clara era o oposto de Lia: alta, elegante, com um senso de moda impecável (mesmo ganhando o mesmo salário mínimo).

– Bom dia, Lia! Que cheiro é esse? Incêndio? – Clara perguntou, tapando o nariz com um lenço de seda.

– Quase isso. Digamos que minha tentativa de ser uma MasterChef não deu muito certo. – Lia respondeu, mostrando a panela destruída.

Clara soltou uma gargalhada estrondosa. – Lia, você e a cozinha não combinam! Mas não se preocupe, eu trouxe pão de queijo! – Ela tirou um saco cheio de pãezinhos quentes da bolsa.

– Clara, você é um anjo! Um anjo gourmet! – Lia exclamou, abraçando a amiga.

Enquanto comiam os pães de queijo, Clara contou sobre um encontro desastroso que teve na noite anterior.

– Você não vai acreditar! O cara era obcecado por astrologia. Ele passou a noite inteira tentando adivinhar meu signo pelas minhas pintas! – Clara disse, revirando os olhos.

– Credo! E o que você fez? – Lia perguntou, curiosa.

– Fingi que estava passando mal e fugi para o banheiro! Nunca mais! – Clara respondeu, rindo.

No trabalho, o dia foi ainda mais caótico do que o normal. O restaurante estava lotado e o ar condicionado quebrou. Lia e Clara corriam de um lado para o outro, enxugando o suor e tentando manter a calma.

– Lia, me vê um suco de abacaxi na mesa 5! – Clara gritou, enquanto desviava de um garçom estabanado.

– Já vai! Mas se eu escorregar nessa poça de suor, vou processar o restaurante! – Lia respondeu, equilibrando uma bandeja cheia de copos.

No final do dia, exaustas, elas se sentaram em um banco da praça para descansar.

– Clara, estou pensando em fazer um curso de culinária. Quem sabe eu não me torno uma chef famosa? – Lia disse, sonhadora.

– Lia, com todo o respeito, acho que você deveria investir em um curso de sobrevivência na selva. Pelo menos lá você não incendiaria a floresta! – Clara respondeu, rindo.

– Ah, sua engraçadinha! Mas falando sério, o que você acha que eu deveria fazer? – Lia perguntou, olhando para a amiga.

Clara pensou por um momento. – Lia, você é uma ótima garçonete, as pessoas adoram você. Por que não foca nisso? Quem sabe um dia você não abre seu próprio restaurante?

Lia sorriu. – É uma boa ideia. Mas, por enquanto, vou me contentar em não incendiar meu apartamento!

As duas amigas se levantaram e seguiram para casa, rindo e sonhando com um futuro melhor. Afinal, a vida era dura, mas com uma boa amiga e um pouco de humor, tudo ficava mais fácil. E, quem sabe, um dia Lia ainda ap

renderia a cozinhar sem causar um desastre.

Comentários


bottom of page