"Meu Apê, Minhas Regras (e Minhas Contas)" Lia está morando sozinha agora...

Cabelo em greve

O segundo dia começou com uma emergência capilar. Lia acordou com o cabelo em um estado deplorável – resultado de uma noite mal dormida em seu colchão precário e da umidade do apartamento. Seu cabelo, normalmente liso, estava um ninho de nós impossível de desembaraçar.

— Socorro! — Lia gritou, olhando para seu reflexo no espelho. — Meu cabelo está em greve!

Clara, que havia chegado para mais um dia de trabalho em conjunto, caiu na gargalhada ao ver o estado do cabelo de Lia.

— Parece um ninho de pássaros! — ela disse, entre risos. — Você precisa de ajuda profissional!

— Mas eu não tenho dinheiro para um salão de beleza! — Lia respondeu, desesperada. — Acho que vou ter que cortar tudo!

— Calma, calma! — Clara disse, pegando um pote de condicionador que havia trazido de casa. — Vamos tentar resolver isso com o que temos.

A operação de resgate capilar foi uma cena digna de um filme de comédia. Clara, com a habilidade de uma cirurgiã, desembaraçava os nós com cuidado, enquanto Lia gemia de dor (e de rir). O processo foi longo e doloroso, mas no final, o cabelo de Lia estava, pelo menos, decente.

— Ufa! Sobrevivemos! — Lia exclamou, olhando para seu reflexo no espelho. — Agora, vamos para o trabalho!

No trabalho, a comédia continuou. Lia, distraída com a saga capilar da manhã, tropeçou e derrubou uma bandeja cheia de bebidas, fazendo com que um cliente reclamasse com veemência.

— Mas que desastre! — Lia disse, envergonhada. — Eu preciso de férias!

— Relaxa, acontece com todo mundo! — Clara respondeu, consolando a amiga. — Vamos limpar essa bagunça e continuar trabalhando.

No final do expediente, Lia e Clara estavam exaustas, mas felizes. Apesar dos imprevistos, elas haviam sobrevivido a mais um dia. Enquanto caminhavam para casa, Lia lembrou-se de que precisava fazer compras. Seu estoque de comida estava crítico.

— Preciso ir ao mercado — ela disse para Clara. — Meu estoque de macarrão instantâneo está acabando!

— Vamos juntas! — Clara respondeu. — Eu posso te ajudar a carregar as compras.

No mercado, a comédia atingiu seu ápice. Lia, com seu orçamento limitado, estava escolhendo cuidadosamente cada item, comparando preços e tentando economizar ao máximo. De repente, ela tropeçou em uma pilha de bananas, fazendo com que elas se espalhassem pelo chão.

— Ai, meu Deus! — Lia exclamou, envergonhada. — Eu sou um desastre ambulante!

— Não se preocupe! — Clara respondeu, rindo. — Vamos juntar essas bananas e continuar as compras.

No final, Lia conseguiu comprar o suficiente para se alimentar por alguns dias. Apesar dos imprevistos e da falta de dinheiro, ela estava feliz. Ela tinha uma amiga incrível, um trabalho e, o mais importante, um teto sobre a cabeça – mesmo que esse teto estivesse sujeito a vazamentos ocasionais e visitas inesperadas de esquilos e gatos. E isso, ela pensou enquanto caminhava para casa, era mais do que suficiente para enfrentar os desafios da vida adulta, um dia de cada vez, com mui

to humor e uma boa dose de sorte.