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"Meu Apê, Minhas Regras (e Minhas Contas)" Lia está morando sozinha agora...

  • Foto do escritor: Magvania P. Nunes
    Magvania P. Nunes
  • 27 de nov.
  • 2 min de leitura

Atualizado: há 22 horas



Capítulo 17



Uma garota ruiva está no sofá com uma senhora e um senhor, conversando


A Saga dos Chinelos de Coelho e a Competição de Crochê


Dona Gertrudes, com um brilho nos olhos, aceitou o convite para o chá. "Adoro biscoitos! E esses pratos são lindos, me trazem tantas lembranças..." Ela suspirou, acariciando a porcelana com os dedos enrugados. "Minha avó sempre dizia que a louça bonita atrai boas conversas."

Clara, aliviada por ter recuperado seu gato e por ter feito uma nova amiga, correu para a cozinha. "Vou preparar um chá de camomila, é calmante e combina com biscoitos amanteigados," anunciou, com um sorriso.

Lia, enquanto isso, sentia um certo desconforto com seus chinelos de coelhinho. "Desculpem a indelicadeza, Dona Gertrudes, mas esses chinelos são um presente da Clara. Eu juro que tenho outros, mais...apropriados," disse, corando levemente.

Dona Gertrudes soltou uma gargalhada. "Que bobagem, querida! Eu adoro chinelos divertidos! Tenho uns de pato que fazem 'quack quack' quando eu ando. Quer ver?"

Antes que Lia pudesse responder, Dona Gertrudes já estava discando para o porteiro. "Seu João, por favor, faça um favor para a Dona Gertrudes. Traga meus chinelos de pato, estão no armário do hall. Obrigada, querido!"

Em poucos minutos, Seu João apareceu com os chinelos de pato, que realmente faziam "quack quack" a cada passo. Lia e Clara não conseguiram conter o riso.

"Esses são incríveis! Onde você comprou?" Lia perguntou, curiosa.

"Na feira de artesanato! Tem cada coisa engraçada por lá! Aliás, falando em artesanato, vocês sabiam que vai ter uma competição de crochê no centro comunitário?" Dona Gertrudes perguntou, com entusiasmo.

Clara fez uma careta. "Crochê? Não é muito a minha praia. Eu prefiro jardinagem. Mas a Lia adora essas coisas."

Lia arregalou os olhos. "Eu adoro crochê! Mas eu sou péssima! Só consigo fazer cachecóis tortos e gorros que parecem capacetes de astronauta."

"Bobagem! Com um pouco de prática, você consegue! Eu posso te dar umas aulas. E quem sabe a gente não se inscreve juntas na competição?" Dona Gertrudes sugeriu, com um sorriso maroto.

Lia hesitou. A ideia de participar de uma competição de crochê a apavorava, mas a perspectiva de aprender com Dona Gertrudes e de ter uma nova aventura a animava.

"Eu topo! Mas se eu fizer um cachecol que parece uma minhoca gigante, a culpa é sua," Lia respondeu, rindo.

Clara, observando as duas, balançou a cabeça, divertida. "Vocês são inacreditáveis! Eu vou torcer por vocês! E prometo que vou usar o cachecol de minhoca, mesmo que ele me dê alergia."

Enquanto o chá era servido e as risadas ecoavam pelo apartamento, Lia sentiu uma alegria contagiante. Aquele dia, que começou com uma barata teimosa e um gato fujão, se transformou em uma amizade inesperada e em uma nova aventura. E, quem sabe, a competição de crochê não seria o início de uma carreira de sucesso como designer de cachecóis bizarros? Afinal, a vida é uma caixinha de surpresas, e às vezes, as melhores surpresas vêm embaladas em chinelos de coelho e pratos da vovó.

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