"Meu Apê, Minhas Regras (e Minhas Contas)" Lia está morando sozinha agora...
- Magvania P. Nunes
- 18 de nov.
- 3 min de leitura
Atualizado: 27 de nov.
Capítulo 16

Napoleão, a Barata Gourmet e os Pratos da Vovó
Enquanto Napoleão se banqueteava com a ração de salmão, Clara suspirou, aliviada. "Acho que vou colocar tela em todas as janelas. Não quero mais sustos desses. Imaginei que o perderia para sempre!"
Lia, sentada no sofá, observava a cena com um sorriso. "Relaxa, Clara. Gatos têm sete vidas, e o Napoleão parece ter um espírito aventureiro. Quem sabe ele não vira um explorador famoso?"
"Explorador de latas de lixo, talvez," Clara retrucou, rindo. "Mas, falando sério, obrigada por vir me ajudar. Eu estava desesperada."
"Amigas são para essas coisas. E, além do mais, eu estava precisando de uma aventura. A vida estava meio monótona, sabe? Tirando a minha saga com a barata, claro," Lia respondeu, com um tom divertido.
Clara franziu a testa. "Barata? Que barata?"
Lia explicou a situação, exagerando nos detalhes da batalha épica que travava com o inseto. "Ela é grande, ousada e tem um olhar de superioridade que me irrita profundamente. Acho que ela está planejando dominar o mundo, começando pela minha cozinha."
Clara gargalhou. "Só você mesmo, Lia! Mas, pensando bem, talvez você devesse chamar um exterminador. Baratas não são boas companhias."
"Eu sei, eu sei. Mas eu meio que me apeguei a ela. É a minha mascote não oficial. Além do mais, ela está me inspirando a escrever um livro. 'A Barata e a Busca pelo Copo Limpo', o que você acha?" Lia perguntou, com um brilho nos olhos.
"Genial! Você vai ficar rica! Mas, por favor, não me convide para a noite de autógrafos. Tenho pavor de baratas," Clara respondeu, fazendo uma careta.
De repente, Napoleão parou de comer e começou a miar insistentemente para a sacola de Lia.
"O que foi, Napoleão? Quer mais um prato da vovó?" Lia perguntou, pegando a sacola e abrindo-a.
Napoleão cheirou os pratos com curiosidade, depois começou a miar para um prato específico, com um desenho de flores azuis.
"Ele gostou desse," Lia comentou, mostrando o prato para Clara. "Acho que ele tem bom gosto."
Clara olhou para o prato com atenção. "Espera aí... Esse prato não é meu? Eu te dei de presente no seu aniversário!"
Lia arregalou os olhos. "É verdade! Eu tinha esquecido completamente! Mas como ele foi parar na minha sacola?"
As duas se entreolharam, confusas. De repente, a campainha tocou.
"Eu atendo," Clara disse, indo até a porta.
Ao abrir a porta, ela se deparou com uma vizinha idosa, Dona Gertrudes, com um sorriso simpático no rosto.
"Boa tarde, queridas. Desculpem incomodar, mas eu estava procurando por este prato," Dona Gertrudes disse, mostrando um prato idêntico ao que Lia tinha na sacola. "Ele sumiu da minha coleção e eu estava desesperada. São os meus pratos da vovó, uma herança de família."
Lia e Clara se entreolharam, perplexas. A história estava ficando cada vez mais estranha.
"Dona Gertrudes, entre, por favor. Temos um prato igual ao seu aqui," Lia disse, convidando a vizinha para entrar.
Dona Gertrudes entrou no apartamento e, ao ver o prato de Lia, seus olhos se encheram de lágrimas. "É ele! Meu prato da vovó! Mas como ele foi parar aqui?"
Lia explicou a história do gato fujão, da barata gourmet e dos seis pratos . Dona Gertrudes ouviu tudo com atenção, com um sorriso no rosto.
"Que história engraçada! Mas acho que sei o que aconteceu," Dona Gertrudes disse, rindo. "O Napoleão deve ter pegado o meu prato quando fugiu. Ele sempre foi muito curioso e adora colecionar coisas brilhantes."
As três mulheres riram juntas. A tensão se dissipou e a sala se encheu de alegria.
"Bem, Dona Gertrudes, acho que o Napoleão queria te apresentar para nós," Lia disse, com um sorriso. "E, já que estamos todas reunidas, que tal um chá com biscoitos? Eu tenho seis pratos mágicos para usar."
E assim, a busca por um gato fujão se transformou em um encontro inesperado, regado a chá, biscoitos e muitas risadas...





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