"Meu Apê, Minhas Regras (e Minhas Contas)" Lia está morando sozinha agora...
- Magvania P. Nunes
- 15 de out.
- 2 min de leitura
Atualizado: há 7 dias

Noite do cinema
O dia começou chuvoso e cinzento, refletindo o humor de Lia. Sua única panela, a sobrevivente do quase incêndio, estava ocupada fervendo água para o café. Lia olhava para o céu nublado pela janela, suspirando.
– Mais um dia, mais uma aventura na pobreza chique! – ela murmurou, com um sorriso irônico.
O trabalho correu normalmente, com a dupla Lia e Clara dominando a correria do restaurante. No final do expediente, porém, Clara tinha uma surpresa.
– Lia, hoje à noite, cinema em casa! – Clara anunciou, com um brilho nos olhos.
– Cinema? Mas… eu não tenho televisão! – Lia respondeu, confusa.
– Relaxa, amiga! Meu apartamento é a sua tela gigante! – Clara respondeu, piscando.
E assim, Lia se preparou para sua noite de cinema fora do comum. Com a ajuda de Clara, ela carregou uma sacola com suas poucas posses: uma roupa limpa (a única que tinha), um travesseiro velho e um pacote de biscoitos amanteigados – seu luxo da noite.
Chegando no apartamento de Clara, Lia se deparou com um cenário bem diferente do seu. Um sofá confortável, uma televisão de tela plana, pipoca e refrigerante em abundância.
– Uau! – Lia exclamou, impressionada. – Parece que estou em um filme de luxo!
– Bem-vinda à realidade, amiga! – Clara respondeu, rindo.
A noite começou com uma sessão de comédia romântica. Lia, entre uma pipoca e outra, comentava os absurdos dos personagens com uma energia contagiante.
– Olha, Clara, esse mocinho é um completo idiota! – Lia exclamou, durante uma cena dramática.
– Eu sei, mas é por isso que a gente ama esses filmes! – Clara respondeu, rindo.
Depois da comédia, foi a vez de um filme de terror. Lia, apesar de se assustar com os sustos, não conseguia parar de rir dos exageros da trama.
– Clara, esse fantasma está mais para um palhaço assustador! – ela comentou, durante uma cena particularmente bizarra.
– É, mas o importante é a emoção, né? – Clara respondeu, com um sorriso.
No meio do filme, Lia começou a sentir sono. Enquanto Clara se concentrava na tela, Lia se aconchegou no sofá, com o travesseiro velho e o pacote de biscoitos.
– Clara, eu estou morrendo de sono! – ela murmurou, entre bocejos.
– Tudo bem, amiga! A gente pode continuar amanhã! – Clara respondeu, desligando a televisão.
Lia dormiu profundamente no sofá de Clara, tendo uma das melhores noites de sua vida. Afinal, o que mais importava era a companhia da amiga, a alegria compartilhada e a sensação de que, mesmo em meio à simplicidade, a vida podia ser extraordinária. No dia seguinte, de volta ao seu pequeno apartamento, Lia sorriu lembrando da noite mágica. Afinal, o melhor cinema é aquele que se faz com a companhia certa.
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