Laura: O Amor É Uma Tela Em Branco
- Magvania P. Nunes
- 27 de nov.
- 3 min de leitura

Capítulo 24
Em Busca de Paz no Refúgio da Avó
Naquela noite, o silêncio pairava sobre o quarto de Laura, quebrando-se apenas pelo som suave do vento balançando as cortinas. A luz da lua, pálida e distante, iluminava o rosto da jovem, marcado pela tristeza e pela indecisão. Após a conversa com a mãe, Laura sentia-se um pouco mais forte, mas a angústia ainda a consumia.
"Mãe?", chamou Laura, com a voz hesitante, da porta do quarto.
A mãe, que estava sentada na cama lendo um livro, ergueu os olhos com um sorriso acolhedor. "Sim, filhota?"
"Eu estava pensando...", começou Laura, mordendo o lábio inferior. "Será que eu poderia ir para a casa da vovó por uns dias?"
A mãe franziu a testa, surpresa. "Para a casa da sua avó? "
"É", Laura respondeu, com um fio de esperança na voz. "Eu sei que é meio repentino, mas eu preciso sair daqui, espairecer um pouco. A vovó sempre sabe o que dizer, e o lugar é tão calmo... E estou com tanta saudades dela... Eu posso ir... Por favorrr... Deixa, deixa, deixa,... Por favorzinho ooo"
A mãe ponderou por alguns instantes, olhando para Laura com compreensão. "Eu entendo, meu amor. Você precisa de um tempo para você, para colocar os pensamentos em ordem. E a casa da sua avó é o lugar perfeito para isso.... Mas é claro que você pode ir.. e ainda mas você falando tão melosa assim, como eu poderia dizer não.."
"Sério?", Laura perguntou, com os olhos brilhando. "Você deixaria?"
"Claro que sim", a mãe respondeu, sorrindo. "Ainda mais que teremos alguns feriados seguidos, e você volta antes do reinício das aulas. Vai ser bom para você, se afastar um pouco de tudo isso. Mas prometa que vai se cuidar e ligar todos os dias."
"Prometo!", Laura exclamou, abraçando a mãe com força. "Você é a melhor mãe do mundo!... Ti amo tanto tanto tanto"
"Eu também te amo muito muito muito ..”. A mãe respondeu, rindo. "Agora, vamos arrumar suas malas. Quanto mais cedo você for, mais tempo terá para relaxar."
Na manhã seguinte, Laura acordou com uma sensação estranha de alívio e apreensão. O sol brilhava forte lá fora, mas o céu em seu coração ainda estava nublado. Após um café da manhã rápido e um abraço apertado da mãe, Laura embarcou no ônibus rumo à casa da avó, levando consigo uma mala cheia de roupas, e uma mochila com alguns livros e, principalmente, de esperanças.
A viagem pareceu durar uma eternidade. Laura observava a paisagem passar pela janela, tentando se distrair dos pensamentos que a atormentavam. A cada curva da estrada, a imagem de Gui e Pedro surgia em sua mente, como fantasmas de um passado recente.
Finalmente, após algumas horas, o ônibus parou em frente à pequena casa de madeira da avó, cercada por um jardim florido e um pomar frutífero. O cheiro doce das flores e o canto dos pássaros trouxeram um pouco de paz ao coração de Laura.
Ao descer do ônibus, Laura avistou a avó, que a esperava no portão com um sorriso radiante. Os cabelos brancos, presos em um coque frouxo, e as rugas marcadas pelo tempo não conseguiam esconder a beleza e a sabedoria que emanavam de seu rosto, e a alegria de ver a neta.
" Estou tão feliz em ti ver, quando sua mãe mim ligou falando que você viria eu quase não acreditei, Deus é bom o tempo todo, eu estava pensando em você essa semana toda!", exclamou a avó, abrindo os braços para receber Laura. "Que bom que você veio! Estava com tantas saudades!"
Laura correu para abraçar a avó, sentindo o calor e o conforto de seus braços. "Eu também estava com saudades, vovó", disse Laura, com a voz embargada.
"Eu sei, meu amor", a avó respondeu, acariciando os cabelos de Laura. "Sei que você não viria me visitar assim, de repente, sem um bom motivo. Mas não se preocupe, estou aqui para te ouvir e te ajudar no que for preciso."
Laura sorriu, sentindo-se um pouco mais forte. "Obrigada, vovó. Eu precisava muito disso."
A avó pegou a mala de Laura e a conduziu para dentro da casa, que cheirava a bolo fresco e ervas medicinais. "Vamos entrar, querida. Preparei um chá especial para você, para acalmar os nervos e clarear a mente. E depois, você me conta tudo, tim tim por tim tim."
Laura assentiu, sentindo-se grata por ter um lugar para se refugiar e uma avó que a amava incondicionalmente. Sabia que, na casa da avó, encontraria a paz e a sabedoria necessárias para enfrentar seus problemas e tomar as decisões certas. O tempo na casa da avó seria um recomeço, uma oportunidade de se reconectar consigo mesma e com seus sentimentos, antes de voltar para o turbilhão de sua vida.





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