O mundo de Laura: Descobertas da adolescência e o primeiro amor
- Magvania P. Nunes
- 11 de nov.
- 4 min de leitura
Atualizado: 12 de nov.

Capítulo 22
O Confronto Inevitável
Pedro se aproximou de Laura, o rosto preocupado. "Laura, o que aconteceu? Por que você está chorando?", perguntou ele, a voz carregada de apreensão.
Laura ergueu o rosto, os olhos vermelhos e inchados. "Pedro...", ela começou, a voz embargada pelas lágrimas. "Foi o Gui... ele descobriu sobre o baile."
Pedro franziu a testa, confuso. "Descobriu? Mas como?"
"Aquela garota...", Laura explicou, apontando para a figura que se distanciava no corredor. "Ela me confrontou e contou tudo para ele."
Pedro cerrou os punhos, a raiva começando a borbulhar em seu interior. "Eu não acredito que ela fez isso. Mas o que o Gui disse? Ele está bravo?"
"Bravo é pouco", Laura respondeu, as lágrimas voltando a cair. "Ele está magoado, decepcionado... Ele disse que eu não confio nele, que escondi algo importante dele."
Pedro suspirou, passando a mão pelos cabelos. "Eu sinto muito, Laura. Eu nunca quis causar isso."
"Não é sua culpa, Pedro", Laura disse, enxugando as lágrimas. "Eu que deveria ter contado para ele desde o início. Mas eu estava com medo da reação dele."
Pedro, vendo as lágrimas de Laura e sentindo o peso da situação, respirou fundo antes de responder. Ele queria ser honesto, mas também não queria magoá-la ainda mais.
"Laura," começou Pedro, com um tom suave, "eu entendo que você estava com medo da reação do Gui. É normal sentir isso quando a gente tem que contar algo difícil para alguém que a gente se importa. Mas, sendo sincero, você não acha que, no fim das contas, ele acabaria descobrindo sobre o baile de um jeito ou de outro? E, mesmo que você tivesse contado, a verdade é que ele provavelmente ficaria chateado de qualquer maneira, né?"
Laura olhou para Pedro, com os olhos ainda marejados. "Você acha?", perguntou, com a voz embargada. "Mesmo que eu tivesse contado antes?"
Pedro assentiu, com um olhar compreensivo. "Sim, Laura. Porque o Gui se importa muito com você. Ele ia se sentir excluído por não ter sido convidado, por não ter sido a primeira pessoa a saber. Mas, talvez, se você tivesse contado antes, ele não se sentiria traído, sabe? Como se você não confiasse nele."
Laura mordeu o lábio inferior, pensativa. "É... talvez você tenha razão."
Pedro colocou a mão no ombro dela, transmitindo conforto. "O que passou, passou, Laura. Não adianta ficar remoendo. O importante agora é o que você vai fazer daqui pra frente. Você precisa conversar com o Gui, explicar seus motivos, pedir desculpas. E, acima de tudo, mostrar para ele que você se importa com a amizade de vocês."
"Eu sei," respondeu Laura, enxugando as lágrimas. "Mas eu não sei por onde começar. Ele parece tão bravo, tão magoado... Será que ele vai querer me ouvir?"
Pedro sorriu gentilmente. "Claro que vai, Laura. O Gui é seu amigo. Ele pode estar chateado agora, mas ele te ama. Só precisa de um tempo para processar tudo isso. Dê um tempo para ele, mas não demore muito para procurá-lo. Quanto mais tempo passar, mais difícil vai ser para vocês se entenderem."
"E agora?", Pedro perguntou, preocupado. "O que você vai fazer?"
Laura indecisa. "Eu não sei. Preciso conversar com ele, explicar tudo. Mas não sei se ele vai querer me ouvir."
Pedro colocou a mão no ombro de Laura, transmitindo conforto. "Eu tenho certeza que ele vai te ouvir. O Gui se importa muito com você. Só precisa de um tempo para processar tudo isso."
Naquele momento, Gui surgiu no final do corredor, o rosto ainda carregado de raiva e tristeza. Ao ver Laura e Pedro juntos, seu semblante se fechou ainda mais.
"Gui...", Laura chamou, a voz hesitante.
Gui parou, os olhos fixos em Laura. "Não precisa dizer nada", ele disse, a voz fria. "Eu já entendi tudo."
"Não, Gui, você não...", Laura insistiu, aproximando-se dele. "Por favor, me deixe explicar."
"Explicar o quê?", Gui retrucou, com sarcasmo. "Que você prefere tal do Pedro do que eu? Que eu sou a última pessoa que você pensaria em contar sobre seus planos?"
"Não é nada disso, Gui", Laura respondeu, as lágrimas escorrendo pelo rosto. "Eu juro. Eu só estava confusa, indecisa. Não queria te magoar."
"Mas você me magoou, Laura", Gui disse, a voz embargada. "E magoou muito. Eu achei que éramos... Deixa pra agora isso não importa mas..., sabe de uma coisa eu pensava que confiava um no outro. Mas parece que eu estava enganado."
Gui virou as costas e começou a se afastar, deixando Laura e Pedro paralisados no corredor.
"Gui, espera!", Laura gritou, mas ele não parou.
Pedro suspirou, colocando a mão no ombro de Laura novamente. "Dê um tempo para ele, Laura. Ele precisa disso. Depois, procure-o e converse com ele com calma. Tenho certeza que vocês vão se entender."
Laura assentiu, as lágrimas ainda escorrendo pelo rosto. "Eu espero que sim, Pedro. Eu não quero perder tudo que eu e Gui temos, ele é muito importante para mim."
O silêncio pairou sobre o corredor, enquanto Laura e Pedro observavam Gui se afastar, levando consigo a amizade que parecia ter chegado a um ponto de ruptura. O baile, que antes era motivo de alegria e expectativa, agora se tornava um símbolo de discórdia e decepção.





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