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A Última Noite do Sr. Vicente

  • Foto do escritor: Magvania P. Nunes
    Magvania P. Nunes
  • 18 de nov.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 30 de nov.


Capítulo 23



Pai chega em casa, recebe as filhas; mãe e bebê no sofá. Biblioteca De Livr 1



Continuidade da Investigação na Mansão - Caso Vicente


Apartamento de Silva - Noite


A porta rangeu quando Silva a abriu, o som abafado pela algazarra que vinha de dentro. O cheiro de comida caseira misturava-se ao aroma doce de lenços umedecidos e ao leve odor de desinfetante, uma sinfonia familiar e reconfortante. Cansado, mas com um sorriso no rosto, Silva entrou em seu pequeno e aconchegante apartamento.

"Papai chegou!", anunciou, e duas pequenas figuras, vestidas com pijamas coloridos, correram em sua direção, agarrando-se às suas pernas.

"Papai, papai!", gritavam as meninas, com vozes agudas e cheias de alegria. "Contar história! Contar história!"

Silva curvou-se, pegando as filhas no colo. "Calma, minhas princesas", disse ele, beijando-lhes as faces rosadas. "Papai precisa falar com a mamãe primeiro."

Atravessando o corredor, Silva encontrou sua esposa, Ana, na cozinha, embalando o bebê recém-nascido. O rosto de Ana estava iluminado pela luz suave da lâmpada, e seus olhos brilhavam com amor e orgulho.

"Oi, amor", disse Ana, sorrindo para Silva. "Cansado?"

"Você não imagina", respondeu Silva, depositando um beijo nos lábios de Ana. "Mas estou feliz de estar em casa."

"Já jantou?", perguntou Ana, ajustando o bebê em seus braços.

"Ainda não", respondeu Silva. "Mas estou faminto."

Ana riu. "Sente-se, vou preparar algo rápido para você. As meninas estavam loucas para te ver. Não param de perguntar quando você voltaria."

Enquanto Ana preparava um sanduíche, Silva sentou-se à mesa, observando sua família. O cheiro de pão torrado e queijo derretido encheu o ar, e o som dos risos das crianças e da voz suave de Ana criaram uma atmosfera de paz e felicidade.

Naquele momento, Silva sentiu um aperto no coração. Ele amava sua família mais do que tudo no mundo, e faria qualquer coisa para protegê-los. Mas, às vezes, seu trabalho o afastava deles, e ele se sentia culpado por não estar presente o suficiente.

"Está tudo bem, amor?", perguntou Ana, colocando o sanduíche à frente de Silva.

"Sim, está tudo bem", respondeu Silva, sorrindo para sua esposa. "Só estava pensando em como sou sortudo por ter vocês."

Ana sorriu, acariciando o rosto de Silva. "Nós também somos sortudos por ter você", disse ela.

Silva respirou fundo, sentindo o cansaço se dissipar. Ele sabia que tinha um trabalho importante a fazer, e que precisava ser forte para enfrentar os desafios que o esperavam. Mas, com o amor e o apoio de sua família, ele sabia que podia superar qualquer obstáculo.







Três pessoas em uma galeria observando arte abstrata e conversando.





Galeria Arte Bella - Tarde


O cheiro forte de tinta a óleo e solvente pairava no ar da galeria, misturando-se ao leve aroma de madeira envernizada. O som suave da música clássica ecoava no espaço, criando uma atmosfera de sofisticação e elegância.

Silva e Pedro entraram na galeria, seus rostos sérios e determinados. A galeria estava vazia, exceto por uma mulher elegante, de cabelos escuros e um olhar penetrante, que estava de pé atrás do balcão.

"Isabella Rossi?", perguntou Silva, mostrando seu distintivo.

A mulher assentiu, o rosto impassível. "Sou eu", respondeu ela, a voz calma. "O que desejam?"

"Estamos investigando a morte de Vicente Moreira", disse Silva. "Gostaríamos de fazer algumas perguntas."

Isabella suspirou, o olhar fixo nos detetives. "Eu já esperava por isso", disse ela. "Por favor, entrem. Podemos conversar no meu escritório."

O escritório de Isabella era um espaço pequeno e organizado, com paredes brancas e uma mesa de madeira escura. O cheiro de incenso pairava no ar, criando uma atmosfera de mistério e intriga.

"Então, detetives", disse Isabella, sentando-se em sua cadeira. "O que querem saber?"

"Queremos saber sobre seu relacionamento com Vicente Moreira", disse Pedro, a voz firme.

Isabella hesitou, o olhar desviando-se. "Éramos amigos", respondeu ela. "Ele era um grande admirador da minha galeria."

"Amigos?", Pedro arqueou uma sobrancelha. "Ou amantes?"

O rosto de Isabella se enrijeceu, e seus olhos se estreitaram. "Não vou responder a essa pergunta", disse ela.

"Sabemos que você se encontrou com Vicente no Hotel Esmeralda na noite em que ele morreu", disse Silva, a voz calma. "Temos os registros do hotel."

Isabella ficou em silêncio, o rosto pálido. Ela sabia que estava encurralada.

Silva e Pedro trocaram olhares significativos. Eles estavam chegando perto da verdade.

"Conte-nos tudo, Isabella", disse Silva. "Cada detalhe. Pode ser a diferença entre a vida e a morte."


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