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A Última Noite do Sr. Vicente

  • Foto do escritor: Magvania P. Nunes
    Magvania P. Nunes
  • 9 de nov.
  • 3 min de leitura

Capítulo 21


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Continuidade da Investigação na Mansão - Caso Vicente

Biblioteca da Mansão - Tarde


A biblioteca era um santuário de silêncio e conhecimento, o ar impregnado com o cheiro doce e sutil de couro envelhecido, madeira polida e papel antigo. A luz do sol entrava pelas janelas altas, iluminando as estantes repletas de livros encadernados em cores ricas e variadas. O tique-taque lento e constante do relógio de pêndulo ecoava no espaço, marcando a passagem inexorável do tempo.

Silva, com um par de luvas de látex, examinava meticulosamente as estantes, tocando suavemente as lombadas dos livros, procurando por algo fora do lugar. Pedro, enquanto isso, estava sentado à escrivaninha de Vicente, vasculhando papéis e documentos, o rosto franzido em concentração.

"Aquela pasta marrom...", murmurou Pedro, passando os dedos pela superfície lisa e escura da escrivaninha. "Isadora disse que Vicente a carregava na noite em que morreu. Precisamos descobrir o que havia dentro."

Silva se aproximou, o olhar fixo em um pequeno compartimento secreto escondido atrás de uma estante. "Talvez a resposta esteja aqui", disse ele, a voz baixa.

Com cuidado, Silva forçou a abertura do compartimento, revelando um pequeno cofre de metal. O metal estava frio ao toque, e uma leve camada de poeira cobria sua superfície.

"Precisamos da combinação", disse Pedro, franzindo a testa. "E duvido que Ricardo saiba qual é."

Silva suspirou, olhando ao redor da biblioteca. "Talvez haja uma pista", disse ele. "Algum tipo de mensagem ou código escondido em um dos livros."

Os dois detetives começaram a examinar os livros, folheando as páginas com cuidado, procurando por algo fora do comum. O silêncio da biblioteca foi quebrado apenas pelo roçar suave das páginas e o tique-taque constante do relógio.

"Espere...", disse Pedro, de repente, com a voz tensa. "Olhe isso."

Ele mostrou a Silva um livro antigo, encadernado em couro vermelho, com uma pequena nota manuscrita enfiada entre as páginas. A nota estava escrita em uma caligrafia elegante e cursiva, e continha apenas uma palavra: "Beethoven".

"Beethoven?", perguntou Silva, franzindo a testa. "O que isso significa?"

Pedro sorriu, um brilho de compreensão em seus olhos. "Beethoven era surdo", disse ele. "Talvez a combinação do cofre esteja relacionada a alguma peça musical famosa de Beethoven."

Os dois detetives começaram a procurar por uma peça musical de Beethoven que pudesse conter um código numérico. Depois de uma busca exaustiva, eles finalmente encontraram uma partitura que parecia promissora. A partitura continha uma série de números que pareciam corresponder à combinação do cofre.

Com as mãos tremendo de excitação, Silva inseriu os números no cofre. Um clique suave ecoou na biblioteca, e a porta do cofre se abriu.

Dentro do cofre, havia uma pequena caixa de madeira, um maço de notas de dinheiro e uma fotografia. A fotografia mostrava Vicente e uma mulher mais jovem, abraçados em um jardim florido. A mulher era bonita, com cabelos escuros e um sorriso radiante.

"Quem é essa mulher?", perguntou Pedro, franzindo a testa.

Silva pegou a fotografia, examinando-a cuidadosamente. "Não faço ideia", disse ele. "Mas tenho a sensação de que ela é a chave para desvendar todo este mistério."




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Exterior da Mansão - Entardecer


O sol estava se pondo, lançando um brilho dourado sobre a Mansão Moreira. O cheiro de jasmim enchia o ar, e o som suave do vento sussurrando entre as árvores criava uma atmosfera de serenidade.

Pedro estava na entrada da mansão, falando ao telefone com um colega da delegacia. "Precisamos de uma busca completa nos registros de câmeras de segurança da vizinhança", disse ele, a voz tensa. "E quero todos os detalhes sobre as finanças de Vicente Moreira nos últimos cinco anos."

Silva se aproximou, o olhar fixo na rua escura e silenciosa. "Isadora disse que Vicente estava saindo da mansão por volta das 22h na noite em que morreu", disse ele. "Precisamos descobrir para onde ele estava indo."

Pedro assentiu, desligando o telefone. "Já estou cuidando disso", disse ele. "Vamos descobrir quem era essa mulher na foto e o que Vicente estava tramando. A verdade está lá fora, Silva. Só precisamos encontrá-la."

Os dois detetives trocaram um olhar de determinação. A noite estava apenas começando, e a busca pela verdade estava longe de terminar. Mas eles estavam determinados a desvendar todos os segredos da Mansão Moreira, não importa o quão obscuros ou perigosos eles pudessem ser.

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