A Última Noite do Sr. Vicente
- Magvania P. Nunes
- 2 de out.
- 2 min de leitura

Depoimento do segurança Antônio
O detetive Pedro encarou o segurança, Senhor Antônio, um homem imponente de olhar penetrante e postura ereta, mesmo sentado na poltrona de couro da biblioteca. A atmosfera era carregada, a sombra da tragédia pairando sobre a mansão.
— Seu Antônio, agradeço sua presença. Seu depoimento é crucial para a investigação da morte do Sr. Vicente. Comece descrevendo seu dia de trabalho, no dia do assassinato, com o máximo de detalhes possível.
Seu Antônio respirou fundo, sua voz grave e controlada.
— Bom, detetive, cheguei à mansão às seis horas da manhã, como sempre. Comecei minha ronda pelas dependências externas, verificando portas, janelas e o perímetro da propriedade. Tudo estava em ordem.
— Você observou algo incomum na mansão ao chegar?
— Não, detetive. Tudo estava normal. A mansão estava silenciosa, como de costume. Só o silêncio da manhã.
— E durante o dia? Você se lembra de alguma atividade incomum ou de ter visto alguma pessoa suspeita?
— Bem, detetive, por volta das dez horas da manhã, vi o Sr. Ricardo chegando. Ele entrou pela porta lateral, sem ser anunciado. Parecia nervoso, estava falando ao celular e gesticulando bastante.
— O que ele estava fazendo na mansão?
— Não sei ao certo, detetive. Ele permaneceu na mansão por cerca de uma hora. Depois, saiu pela mesma porta lateral.
— Você o viu conversando com alguém?
— Não, detetive. Ele estava sozinho. Mas ele parecia muito nervoso e apressado.
— E durante o resto do dia?
— Continuei minhas rondas, detetive. Às três horas da tarde, notei um carro não identificado estacionado próximo ao portão dos fundos. Fiquei atento, mas o carro permaneceu parado por apenas alguns minutos e depois partiu.
— Você conseguiu anotar a placa?
— Infelizmente não, detetive. Aconteceu muito rápido. A placa estava suja e eu não consegui ver com clareza.
— E mais tarde, quando o Sr. Vicente foi encontrado morto, onde você estava?
— Eu estava na minha guarita, detetive. Estava fazendo minha ronda noturna quando ouvi a comoção e as sirenes da polícia.
— Você viu ou ouviu algo incomum antes de ouvir a comoção?
— Não, detetive. Só ouvi as sirenes. Fiquei muito surpreso.
— Seu Antônio, você conhecia bem o Sr. Vicente? Ele tinha inimigos?
— Conhecia-o há muitos anos, detetive. Ele era um bom homem, um bom patrão. Nunca o vi ter inimigos. Pelo menos, eu nunca vi nada.
— E o Sr. Ricardo? Você o conhece bem?
— Sim, detetive. Ele vinha aqui frequentemente. Ele sempre era muito educado.
— Ele parecia ter algum tipo de problema com o Sr. Vicente?
— Não, detetive. Pelo menos, eu nunca vi nada. Nunca percebi nada de anormal entre eles. Mas ele parecia muito nervoso nos últimos dias.
— Entendo. Agradeço sua colaboração, Senhor Antônio. Se lembrar de mais algum detalhe, por favor, nos informe.
Senhor Antônio assentiu, a expressão séria. O detetive Pedro, porém, sabia que a investigação estava longe de terminar. Cada detalhe, por menor que fosse, poderia ser a chave para desvendar o mistério da morte de Sr. Vicente. A busca pela verdade continuava.
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